Ela nasceu na Zona Rural do Cabo de Santo Agostinho. De família humilde, os pais trabalhavam no corte da cana. Michele Eutália dos Santos, 26 anos, não tinha opções de emprego na região. A situação complicou quando ela engravidou e teve que sustentar a filha Ludmila, hoje com seis anos. Foi trabalhar em casa de família como empregada doméstica. Passou dois anos no primeiro emprego e depois mais cinco meses como babá em outra casa. Até que surgiu a oportunidade: trabalhar em Suape, no Estaleiro Atlântico Sul.
Foi levada por uma amiga, que falou sobre o processo seletivo na ilha de Tatuoca. A escolaridade de Michele ajudou na seleção. Ela já tinha o ensino médio completo e foi contratada para ajudante industrial. Após oito meses, foi promovida a ajudante industrial nível II. Hoje, ela se orgulha da função que ocupa como auxiliar-técnico de produção.
A ex-doméstica não quer parar por aí. Desde fevereiro ela faz curso técnico de controle de processo industrial no Instituto Técnico Global do Cabo. ´Pretendo fazer um curso superior de engenharia mecânica e seguir carreira na indústria naval`. Contratada há um ano e onze meses, Michele conta que a sua vida mudou. ´O básico do luxo eu tenho. Uma moradia própria e confortável, onde posso descansar. Minha filha tem plano de saúde e estuda em escola particular`.
Os tempos como doméstica no Cabo ela quer deixar para trás. ´A profissão é cansativa. Eu não tinha férias e só podia ir para casa de oito em oito dias`. E compara com o emprego atual: ´Tenho um salário bom e um plano de carreira onde posso crescer na empresa. Sei que, me dedicando ao serviço, eu tenho um futuro`.
Fonte Diário de Pernambuco
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